terça-feira, 1 de abril de 2008

Jovens com Problemas

Escola, sim ou não?

” Estamos tão bem aqui, o café está óptimo, o ambiente está agradável, estamos todos tão divertidos, acho que não vou à aula e vocês o que acham, ficamos?”


Sem saber o que o futuro lhes reserva, esta é a atitude adoptada por muitos adolescentes que, inconscientemente, acham que a escola é simplesmente uma obrigação ou uma exigência dos pais. Nesta fase começam a surgir os problemas familiares e financeiros, a desmotivação pelas notas menos boas, a dificuldade em sociabilizar com outras pessoas ou, até mesmo, a divergência entre classes sociais, é cada vez mais notório. Muitos jovens actualmente enveredam por caminhos que provavelmente não será o mais correcto, na sua formação de crescimento pessoal, as drogas, cigarro e álcool são o alvo predilecto de grande parte da juventude presentemente. Um jovem sente-se inferiorizado pelos outros se nunca experimentou fumar, ou até mesmo sair á noite e apanhar uma grande bebedeira, é assim que estes mesmos utentes, apanham certos e determinados vícios, a loucura da noite, o fumo, o álcool a droga o sexo, as curtes ambulantes, faz com que estes não sejam vistos como os “mariquinhas” da turma/escola, antes pelo contrário, são vistos como os “boys in style; bad boys” estes são aqueles que demonstram grande personalidade, porque sentem-se adultos, apesar de pouca ou nenhuma maturidade demonstram. Entre outros, estes são alguns dos componentes elementares para concretizar a ideia absurda que a escola não é um bem essencial e que, como já sabemos ler e escrever, já não precisamos de aprender mais. Logo é melhor desistir! Inicialmente até temos uma certa relevância, podemos dormir até mais tarde, passear com os amigos, ir à praia, ao cinema, ficar na rua até mais tarde, namorar. Não precisamos propriamente de andar a perder tempo e a queimar neurónios a estudar, para nenhuma finalidade, e acaba-se o stress dos testes. Enfim, até agora só observamos pontos positivos. Todavia, como diz o velho ditado, “tudo o que é bom acaba depressa”. Enquanto chegarem a casa e tiverem a cama feita, a roupa lavada e as refeições prontas, não precisam de pensar no “amanha”, isto é, preocuparem-se com o porquê do futuro. Contudo, um factor fundamental interfere, o tempo. Ele que não pára nem espera por ninguém, que não volta atrás e que, acima de tudo, não perdoa as mágoas, nem os arrependimentos de não termos feito as coisas de outra maneira. Penso que enquanto somos “teens” não existem grandes necessidades de mudança, pois normalmente os pais dão-nos tudo o que precisamos, mas até isso termina com a chegada de outras necessidades. Queremos mais do que já temos. Então, é altura de encarar a dura realidade, temos de começar a trabalhar e é a partir de aqui que tudo se complica. Começamos por querer um bom trabalho e não o conseguimos. E porquê? Provavelmente porque não temos habilitações suficientes, aqui comprovamos que somente ler e escrever, é apenas um factor simbólico, dando apenas para ler o jornal e pelo mínimo tentar interpretar o que está lá escrito, aí temos de nos sujeitar ao que houver, provavelmente, varrer as ruas, ou até mesmo trabalhar no lixo, isto não desvalorizando o trabalho de ninguém, até porque que tem de haver alguém para todas as profissões sejam elas as mais inconvenientes ou as mais cómodas. Aí eventualmente, o cansaço começa por aparecer, assim como alguma frustração e insatisfação pessoal. É nessa altura que começamos a dar o valor aos estudos, e interrogarmo-nos o porquê de certas atitudes, o querer saber mais, a querer ter algo melhor, a não nos sentirmos inferiores e, acima de tudo, sonhar em ser “alguém”. Aqui, nesta nova fase, assola-nos a ideia de voltar a estudar. Mas valerá a pena? Trabalhar e estudar não é fácil. Há dias que quase não descansamos, pensamos que não estamos à altura mas .. Por fim, vemos o resultado do nosso trabalho e do nosso esforço, sentimos que tudo vale a pena.Os jovens actualmente abandonam a escola, mais cedo, desaproveitam as oportunidades que lhes surgem em poder aprender, e saber mais, em ter mais cultura geral, contudo pensam que o mercado de trabalho é fácil, e que obtêm tudo o que querem sem o mínimo de esforço na adolescência. Essa fase pelo contrário que muita gente pensa não é fácil, passamos por certos e determinados desafios, mas temos de saber ultrúpassa-lós com êxito, contudo direi que e uma fase maravilhosa, em que abstraímo-nos de certas preocupações, a não ser a escola. Recomendo vivamente que aproveitem a escola ao máximo, aprender nunca é demais e o saber não ocupa espaço.Estudar é um bem essencial para crescermos por dentro, para poder viver num mundo onde se precisa de “aprender” para poder viver e comunicar.
Em epigrafe adiciono um vídeo, Sofia uma historia, uma vida, uma desilusão…

Texto de: Fabricio Lopes

4 comentários:

Fininho disse...

Apesar de não conhecer pessoalmente o seu autor, quero aproveitar para lhe endereçar os meus sinceros parabéns pelo texto acima mencionado, simplesmente porque:

1. O seu teor é deveras elucidativo quanto aos problemas dos jovens actuais. Espelha exactamente alguém que, directa ou indirectamente, sentiu ou passou pelas mesmas dificuldades que agora descreve, de forma sentida e responsável, mas que soube escolher o melhor caminho a percorrer, o que é de louvar, tendo em atenção a sua tenra idade e maturidade para analisar factos que muitos dos jovens hoje têm algumas dificuldades em reconhecê-lo;

2. A facilidade com que descreve a falta de confiança dos jovens em assumirem a sua verdadeira personalidade, ou seja, aceitarem tal como são, focando exemplos que muitos recorrem para, perante a sociedade em geral e num desespero precipitado, apresentarem-se com uma imagem que não corresponde verdadeiramente à sua, percorrendo caminhos que muitas vezes leva ao descrédito, falta de confiança, fraqueza e de afirmação própria;

3. Realça também o quanto é importante o estudo na vida de uma pessoa, relegando para segundo plano a ideia errada de que a escola só serve para aprender a ler e escrever e que, terminado esse processo, nada mais importa, procurando desta feita, aquilo que é mais fácil e bom, o divertimento, esquecendo-se do mais elementar de qualquer ser humano, que é o futuro. O seu autor, com esta forma de pensar, transmite a todos aqueles que se mostram interessados, que isso só é possível com muito esforço, dedicação e sentido de responsabilidade. Observação e mentalidade que é de louvar;

4. Descobre o quanto é duro e complicado os jovens assumirem as suas verdadeiras responsabilidades, mas acima de tudo, valorizarem os estudos e questionando-se sobre certos comportamentos que nada vieram beneficiar, porque no momento próprio não souberam aproveitar as condições que lhes foram dadas pelos seus pais, mas que agora não há volta a dar;

5. E porque finaliza o seu texto com um apelo aos jovens da sua geração e não só, incentivando-os a estudar e a aproveitarem ao máximo as coisas boas da vida.

E para terminar, o vídeo é o testemunho daquilo que os jovens não devem ser ou fazer, é a forma mais explícita e frontal de encarar a realidade, assumindo-se como tal.

O mundo de hoje precisa de jovens como tu, que pensam e vivem a vida de uma forma clara e responsável. Por isso, o mundo agradece pessoas como tu.

Um abraço do teu Amigo Rui Barros

Pedro Gomes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pedro Gomes disse...

Removi a outra pois faltava umas coisitas...lol
Este teu texto esta muito bom não conhecia esta tua faceta...
Realmente descreves tudo com grande profundidade, e destreza, de alguém que já passou pelo mesmo, aprendeu e cresceu...
A vida não é facil temos é que saber vive-la da melhor maneira...
Abraço

Anónimo disse...

Está simplesmente lindo o texto, acho que isso revela um pouco de ti, da tua vida na adolescência. Contudo é um caso verídico, e cada vez mais isso acontece.
Meus sinceros parabéns.
Um Abraço

Rómulo Ramos