quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Longitude panorâmica








A progressão da vida, a qualquer nível, sempre depende de nós. Evidentemente! Algo que tenho vindo aperceber-me é que nunca estamos satisfeitos com nada. A ambição persegue-nos, até nos momentos mais austais da vida, de modo que te tomamos atitudes que nunca pensaríamos adotar. Será desespero, irritação, monotonia, amor-próprio? Não sei (…)
Fecho os olhos, culpo-me, martirizo-me, por fortuitamente querer mais, possivelmente estaria de mãos dadas com a felicidade, ou pequena-felicidade, e abdiquei, fugi para um espaço vago, confortável em que só eu estava, com a minha realidade, no meu mundo fictício, com as minhas pulsações vulcânicas, a desmoronar lagrimas sinceras de revolta. Incompleto, talvez, nunca saberei, sou um Ser, mais um Ser, ambicioso. Porém, hipócrita, pensei em mim, só em mim. Isso aflige-me, só não percebo porquê?! Julgava-me dono da razão, após noites e noites juntos, no vazio dos pensamentos, julgaria ter a decisão perfeita, pensada e assertiva. Contudo, se existe este sentimento de culpa, é porque não foi a opção acertada ter fugido apenas com uma mensagem. O certo é que nunca saberei. Num labirinto estamos perante varias hipóteses, visto à posteriori, nunca sabemos o resultado de todas as decisões e seus impactos. Costumo dizer, o passado fica lá, exatamente como aprendemos na infância, é uma parte do tempo e refere-se a todo e qualquer acontecimento em período de tempo anterior ao presente. Mas no fundo, isto é contraditório, porque não conseguimos desenlaçar-nos do passado, sem o ter resolvido, para apostarmos no futuro. O mesmo persegue-nos até em termos de comparação, para sempre.
Sempre curei uma “ressaca” com outra. Neste momento, talvez pela maturidade, resolvi não o fazer e sofrer, pensar e resolver todas as consequências. Passados alguns meses, julgo-me capaz e ileso de modo a prosseguir. Aprendi, apostei muito, nas carreias profissionais, provavelmente como refúgio do passado, o certo é que fez de mim uma pessoa ligeiramente diferente. Estamos sempre em constante mudança, e isso é bom. Não sei definir a minha personalidade, todos os seus traços mudam, perante situações, ações e pessoas.
Nesta sequência, aposto muito no título deste capítulo, longitude panorâmica. Longitude por toda a ação, envolvimento pessoal, durante todos estes anos, em que me descobri como pessoa, tracei personalidades, terminei a adolescência e entrei na fase adulta com carisma. Panorâmica, no sentido retrospetivo de todos os acontecimentos.
Agora sim, sinto-me capaz de voltar ao ponto de partida e (re) começar um novo capítulo, juntando ao que já possuo atualmente e ambicionando o impossível. Na realidade não preciso de muito para ser feliz, basta ser eu próprio, o resto vem por acréscimo.
Será?
Fácil falar, difícil fazer, impossível ser.


Texto e foto de: Fabrício Lopes